Roberto Burle Marx - Mais que paisagista
O mesmo levou para o paisagismo o ideário da arte e arquitetura modernas. Optou por não usar as flores exóticas com que o país compunha seus jardins públicos e particulares, em praças, e passou a usar a antes desprezada vegetação nativa. Compôs jardins como quem cria obras de arte, pensou no meio ambiente, na arquitetura e na plasticidade para projetar jardins e praças no Brasil e em mais de 20 países. Foi paisagista, ceramista, gravurista, tapeceiro, designer de joias, pintor, músico. Fez cenário e figurinos para peças de teatro, óperas e decoração de carnaval.
Burle Marx aprendeu sozinho a lidar com a botânica, ciência que estuda as plantas. O amor à natureza começou quando ele tinha 19 anos e visitou em Berlim, na Alemanha, um jardim de espécies tropicais. Encantado, decidiu que também queria trabalhar com isso.
Em 1991, o trabalho de Burle Marx foi homenageado em Nova York, nos Estados Unidos. Um ano depois, ele ganhou um título da Universidade de Florença, na Itália, concedido apenas a grandes personalidades.
Burle Marx morreu em 4 de junho de 1994, aos 84 anos, vítima de um câncer. Sua obra, porém, continua viva no verde dos arbustos, no colorido das flores, na alegria que nos provoca a beleza de seus jardins.