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Confira todos os jardins da CASACOR São Paulo 2025

Confira todos os jardins da CASACOR São Paulo 2025


Paisagismo ganha protagonismo na CASACOR São Paulo 2025, em cartaz até 3 de agosto no Parque da Água Branca.

A CASACOR São Paulo 2025 acontece de 27 de maio a 3 de agosto, no Parque da Água Branca, um dos espaços mais tradicionais da cidade. Com o tema “Semear Sonhos”, a mostra deste ano propõe reflexões sobre o futuro, o cuidado e a conexão entre natureza e cidade — e os jardins têm papel essencial nessa narrativa.

Nesta edição, o paisagismo se destaca como protagonista. Mais do que embelezar, os jardins criados por renomados profissionais do setor propõem experiências sensoriais e afetivas. Espécies nativas, soluções sustentáveis e desenhos orgânicos transformam cada ambiente externo em um convite à contemplação e ao bem-estar. São refúgios verdes que semeiam esperança, descanso e reconexão em meio ao cotidiano urbano.

Confira os detalhes de cada jardim nesta matéria.

Semeando o Futuro, 2050 - Simone Campos

A São Paulo mais inclusiva e segura, idealizada para os próximos 25 anos, ganha forma nos dois jardins que emolduram a entrada da exposição. Projetados por uma paisagista que cresceu nas redondezas, os espaços verdes ocupam uma área de 165 m² e acompanham os painéis que narram a trajetória do Parque da Água Branca, posicionados logo à frente.

Jardim Semeando Futuro 2050 01

O local oferece praças para descanso e contemplação, equipadas com mobiliário urbano confortável, bebedouros acessíveis tanto para pessoas quanto para animais, e árvores frutíferas que atraem diversas espécies de aves. As árvores mais antigas permanecem como símbolos de conservação e reverência à natureza. Já o uso de pisos drenantes, que ajudam a evitar o acúmulo de água da chuva, atende aos princípios da sustentabilidade.

Soul Garden - Helena Elias

Encontrar equilíbrio entre elementos contrastantes foi o ponto de partida deste projeto — e isso se revela de forma clara no deque. As duas tonalidades escolhidas formam a figura do yin-yang, enquanto a madeira se contrapõe ao pergolado metálico. Essa dualidade se estende ao calor da sauna e da fogueira ao ar livre, colocados em frente à banheira de gelo.

02 Soul Garden Helena Elias

Ao lado da equipe, os sócios Helena Elias e Elias Julião de Freitas buscaram integrar, de forma simbiótica, o ambiente urbano ao natural. O jardim de 154 m² também abriga um bar. Plantas nativas filtram a luz solar intensa, criam microclimas agradáveis e promovem conforto térmico de maneira passiva, além de diminuir o consumo de água e favorecer a resiliência ecológica.

Bosque do Silêncio - Mauro Contesini

A serenidade típica dos pinheiros tem uma explicação interessante: essas árvores liberam uma substância natural com efeito herbicida, o que dificulta o desenvolvimento de outras espécies vegetais ao seu redor e, como resultado, afasta os animais.

03 Bosque do Silencio Mauro Contesini

Nesse ambiente calmo, o som do vento ganha destaque e se torna protagonista. Valendo-se dessa sonoridade já presente, o engenheiro agrônomo e paisagista decidiu enriquecer o bosque com elementos inspirados na estética japonesa. A escultura assinada por Bia Doria e os painéis de tecido montados no local se destacam nos 302 m² do espaço.

Jardim Tropical - Elkis+ Paisagismo

Um trajeto sinuoso, revestido com piso permeável, conduz o visitante por entre as árvores de um bosque revitalizado pelo escritório paulistano liderado por Caroline e Gilberto Elkis. O arranjo paisagístico reúne mais de dez variedades tropicais — como alpínia, areca, asplênio, pleomele, ravenala e diversas forrações de pequeno porte — que, juntas, compõem os cerca de 400 m² do espaço, marcados por uma rica combinação de texturas, aromas e cores.
04 Jardim Tropical Elkis Paisagismo

No percurso, uma inesperada e divertida presença chama a atenção: uma escultura em tamanho real de uma vaca nelore, feita em aço corten pelo artista Rapha Preto.

Lounge Água Branca - Mônica Costa Paisagismo

Sob a copa majestosa da sibipiruna — árvore imponente que testemunhou décadas de mudanças na paisagem urbana — espécies tropicais como costela-de-adão, marantas e filodendros enriquecem o ambiente com formas marcantes e uma profusão de texturas. Em sua sexta presença consecutiva na mostra, a arquiteta propõe um equilíbrio delicado entre a valorização do patrimônio e práticas de renovação sustentável.

CASACOR 2025 12

A madeira de origem certificada percorre o deque e está presente também no mobiliário, inteiramente assinado por Jader Almeida. Diante da fachada histórica, o lounge de 71 m² se afirma como uma declaração simbólica de harmonia entre o legado do passado, a inovação do presente e a integração com a natureza.

Pátio Paulistano - Pedro Rabelais Paisagismo

Este jardim, nas palavras de seu criador, desabrocha no entremeio — são 34 m² que ocupam uma brecha sutil entre o desenho arquitetônico e o impulso natural, entre o planejado e o espontâneo, entre a estrutura e o vivo. As formas geométricas não servem como barreiras, mas como condutoras de ritmo, orientação e fluidez — qualidades desejadas para os espaços urbanos do amanhã.

05 Patio Paulistano Pedro Rabelais Paisagismo

A vegetação tropical cresce livremente, sustentada por vigas metálicas que repousam sobre o solo. As estruturas, ocultas sob a densidade do verde, dialogam com o projeto do espaço vizinho. No deque, uma escultura de Ana Holck marca presença, reforçando o elo entre arte e paisagem.

Jardim Espelho dos Sonhos - Paula Varga

Durante uma visita exploratória ao Parque da Água Branca, a paisagista sentiu o desejo de valorizar a área que lhe foi designada. Sob a sombra do pau-brasil — árvore antiga que habita o jardim de 46 m² — foram distribuídos móveis esculpidos em madeira maciça, obtida de árvores caídas e legalmente reaproveitada, além de uma fonte de granito apicoado e ninhos de cerâmica criados pela artista Patricia Degan, que reforçam a harmonia entre a arquitetura e a fauna local.

Espelho dos sonhos CASACOR20251

Não deixe de dedicar um momento para contemplar os reflexos nos vitrais de demolição com efeito espelhado, elementos que são essenciais para a identidade do projeto.

Jardim das Descobertas - Estúdio Musgo

O jardim de 148 m² concebido pelo arquiteto Denis Bessa é repleto de simbolismos, projetado como uma experiência imersiva que integra natureza, arquitetura e momentos de reflexão. Os espelhos ao longo do percurso evocam o autoconhecimento, enquanto a fonte simboliza a continuidade e a fluidez da vida. O espaço ao redor da fogueira convida ao encontro e à troca de sonhos. No coração do ambiente, o spa destaca-se pela banheira esculpida em pedra-sabão, um material genuinamente brasileiro.

Musgo CASACOR SP estudiony18 01

A escolha cuidadosa de plantas — com 95% de espécies nativas — valoriza a beleza natural e a biodiversidade. Além disso, a utilização de espécies já adaptadas ao local minimiza a necessidade de cuidados constantes, reforçando o compromisso ambiental do projeto.

Jardim Simbiose - Kawai Paisagismo

O escritório paulista comandado por Vitor Kodama criou um projeto de 161 m² que celebra a biodiversidade e a beleza espontânea da natureza. Por essa razão, o espaço foi selecionado para receber esculturas da série Agglomerations, da artista curitibana Bruna Mayer, comissionadas pela CASACOR. As volumetrias diversificadas, os contrastes entre folhagens e as harmonias de cores proporcionam uma imersão em um ecossistema tropical, enquanto o percurso formado por ripas de madeira evidencia a conexão entre o ambiente construído e o natural.

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A inspiração vem, de um lado, da geologia da ilha de Kauai, no Havaí, e, de outro, do anseio por cidades que respirem como florestas, colocando o verde como protagonista.

Natureza Imaginária - Roberto Riscala

Na área aberta do jardim de 77 m², os vasos imponentes funcionam como o horizonte das grandes cidades, que idealmente deveriam crescer em meio ao verde. “Por que o conceito de progresso está sempre associado à construção e não ao cultivo? Como a sociedade moderna, dominada pela tecnologia, pode coexistir em harmonia com a natureza?

CASACOR 2025 04

Os sonhos plantados aqui nascem do desejo de integrar o natural e a arte para construir uma coletividade sustentável”, provoca o profissional, que acumula mais de 25 participações na CASACOR. Sua intervenção se estende pela escadaria frontal do edifício — atualmente fechada — e inclui obras de Bia Doria, além de pinturas de Gogó e Pimpa Alcantara.

Jardim da Alameda - Catê Poli e João Jadão

Localizada entre os dois edifícios históricos que hospedam a mostra, esta praça ao ar livre oferece aos visitantes uma pausa para respirar antes de seguir o passeio. “Essa oportunidade é quase um sonho em uma cidade como São Paulo, que muitas vezes não valoriza seu patrimônio”, comenta a paisagista.

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Com móveis nacionais de design orgânico distribuídos entre um paisagismo exuberante — repleto de espécies tropicais, como folhagens e jabuticabeiras —, o pátio de 160m² se adequa ao seu formato estreito e alongado. Jardineiras metálicas reutilizadas pela terceira vez na CASACOR e vasos vietnamitas completam o cenário do jardim.

O Jardim do Círculo das Pedras – Luciano Zanardo

Envolvido pela vegetação natural, o espaço de 373 m² criado por Luciano Zanardo traz uma paleta de cores outonais e incorpora símbolos ligados à espiritualidade. Um destaque é o círculo de pedras, formado por cinco rochas sedimentares do Nordeste, com cerca de 800 kg cada, que evocam os menires encontrados em locais emblemáticos pelo mundo, como Stonehenge, no Reino Unido, e o Sítio Arqueológico do Rego Grande, no Amapá.

Luciano Zanardo CASACOR 2025 Foto Bia Nauiack 4

Os dois livings ajardinados apresentam mobiliário assinado por Marta Manente, Ibanez Razzera, Victor Leite e Jayme Bernardo.

Casa Viva - Henrique Freneda

Assim como no poema Casa Arrumada, de Lena Gino, esta tiny house de 29,5m² representa um lar vibrante, cheio de movimento, afetos e lembranças. Pensada para um homem moderno, maduro e bem-sucedido, que valoriza design, arte e convivência, a residência é um exemplo de construção seca, utilizando madeira de reflorestamento, placas cimentícias e vidro com proteção UV, sem produzir resíduos e livre de materiais de alto impacto ambiental.

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Com cozinha, área de estar, suíte e um jardim ao redor, a iluminação principal fica por conta de um grande lustre em formato de vitória-régia, criado pelo arquiteto e executado por Cauê Scudeller.

Iluminação das Fachadas e Áreas Externas - Estúdio Carlos Fortes

O arquiteto especialista em lighting design e sua parceira, Débora Esposto, são responsáveis pela iluminação diferenciada das fachadas dos edifícios que compõem a mostra, assim como dos jardins, alamedas e instalações artísticas ao longo do percurso. “O trajeto convida à apreciação das marcas que o tempo imprime”, destaca Carlos Fortes.

CASACOR 2025 20

Por isso, foram valorizados tons amarelo-ocre e os relevos e baixos-relevos presentes nas fachadas. Visando a sustentabilidade e o cuidado com a fauna local, escolheram-se LEDs de baixo consumo, com cores quentes e alto índice de reprodução cromática (IRC) superior a 90%.

SERVIÇO - CASACOR São Paulo 2025

Onde: Parque da Água Branca - Rua Dona Ana Pimentel, 37 portaria G4 do PAB

Quando: de 27 de maio a 03 de agosto de 2025

Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 11h às 21h

Horário bilheteria: Terça a domingo*, das 11h às 19h

* fechamento da bilheteria física 15 minutos após o último horário. A visita poderá acontecer até às 21h.

Bilheteria digital: https://appcasacor.com.br/events/sao-paulo-2025