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48º CONGRESSO MUNDIAL de Paisagismo da IFLA reúne grandes paisagistas mundiais


Procurando tratar da grande variação entre a natureza artificial e o desenvolvimento sustentável da paisagem para obter uma melhor qualidade de vida, três tópicos (áreas urbanas, peri-urbanas e rurais) foram abordados nos três dias de congresso, cujo o tema foi “Temas de Natureza”.

Após a abertura realizada pela Presidenta do IFLA Desiree Martinez, a Conselheira da Cidade em engenharia civil e departamentos de manejo, Ruth Genner, e Pascal Gysin, presidente da BSLA, associação de arquitetos paisagistas da Suiça, completaram as boas vindas colocando a cidade e seus cidadãos ao dispor do congresso.

Guido Hager, arquiteto da BSLA com mais de 25 anos de trabalhos realizados nas áreas verdes de Zurich e da Suiça fez abertura do clico de palestras, onde mostrou um panorama do paisagismo ao longo da história até apresentar a trajetória da Suiça dos primeiros projetos até os atuais. O segundo palestrante, o egípcio Mohamed Elsharid da Universidade de Nova York, surpreendeu a todos a apresentar de forma otimista e bem humorada a realidade dos espaços públicos, da democracia e sobre sua cidade natal, o Cairo. A trajetória da Praça Tahrir, palco recente da derrubada do Presidente, foi abordada como exemplo de ambiente onde os valores culturais, sociais podem se encontrar com a natureza dos seres humanos.

O Prof. Marcell Meili, arquiteto paisagista de Zurich, apresentou no início do segundo dia “A imagem da Suíça na sua paisagem”, mostrando o país e suas paisagens através de dados, mapas e números, tudo com uma interpretação entre o desenvolvimento de suas cidades, áreas rurais e áreas naturais. Já o Prof. Michale Koch e a arquiteta paisagista Maresa Shumacher, do Yellow Z, escritório de Munich, trouxeram de forma criativa, uma leitura entre os projetos realizados e o desenvolvimento urbano, com o questionamento se “O desenvolvimento na área urbana é igual a de uma cidade periférica.” Mas foi a última palestra do segundo dia que recebeu os maiores aplausos de todo o congresso. O Prof. Dr. Kongijian Yu com a palestra “Reinventando a Boa Terra“ mostrou a realidade de seu escritório, Turenscape, com mais de seiscentos arquitetos, seus trabalhos e conceitos em busca de um crescimento em harmonia com o meio ambiente. Comparando os passos em “grande passo” para ações em prol do meio ambiente e da sustentabilidade e de ”pequeno passo” a aqueles dados em prol de realizações próprias sem planejamento rumo ao “consumismo”, ele conseguiu atrair atenção e cativar a platéia.

No terceiro dia o Prof. Raimund Rodewald, trouxe para discussão a transformação das áreas naturais da Suiça e no mundo, onde a imagem da paisagem natural é vista de uma remota perspectiva urbana, exemplos interessantes como a plataforma de observação Stockhorn “Piercing” já construída, e as “Plataformas dos Céus”, acima dos 4.000 m de altitude em planejamento na montanha Zermatt na Suiça.

Andreas Spiegel, cientista ambiental do instituto de tecnologia de Zurich, apresentou uma leitura da transformação das condições climáticas para a sociedade, com um aquecimento record registrado desde o início das medições em 1850. Segundo ele, o período de 2005 a 2010 foi o mais quente de toda a história e as conseqüências como enchentes, secas e problemas ambientais, cada vez mais presentes na dia a dia da população, servem de alerta para a conscientização que temos que ter com nossas ações com o meio ambiente. Joan Innerson Nassauer, da Universidade de Michigan, fechou o ciclo de palestras com o tema “Desenho de uma sustentabilidade cultural a serviço do ecossistema”, sugerindo soluções de bem viver na busca deste equilíbrio.

Palestras e sessões técnicas divididas em temas como “Porque e como a história tem importância”, alimentação e urbanismo, densificação das áreas verdes urbanas, sistema de transporte verde, manejo sustentável das águas e infraestrutura verde estavam a disposição para a os períodos da tarde do congresso, além de exposições e debates. No total foram realizados 36 workshops espalhados pela cidade, em que também ocorreram atividades sociais e técnicas.

As sessões de apresentação dos pôsteres estavam divididas em 13 áreas abordadas, cujo, um dos trabalhos apresentados foi o do arquiteto paisagista Marcelo Vassalo. Apresentado na seção “Estratégias e Abordagens de Projetos em Áreas Próximas a Centros Urbanos”, Vassalo buscou uma interpretação entre dois projetos realizados: Hotel Unique Garden em Miriporã - SP, e o Hotel Ecológico Amazonas, em Novo Airão, Amazonas. Ambos os projetos são voltados para sustentabilidade social, cultural e econômica que alcançaram escalas diferentes de natureza apesar das diferentes escalas de investimento e envolvimento social.

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Arquiteto Paisagista Marcelo Vassalo - Equipe Benedito Abbud

“Após os dias de congresso a importância e o alcance da profissão de arquiteto paisagista se mostrou mais do que essencial para vencermos os desafios do desenvolvimento humano, e a sustentabilidade cultural, social e econômica como norteadoras dos desenhos paisagísticos a serviço dos ecossistemas. Afinal, como disse o Prof. Dr. Kongijian Yu, nossa missão é “Reinventar a Boa Terra“, finaliza Vassalo.