Pleno emprego na construção
A construção civil brasileira abriu mais 211,1 mil postos de trabalho com carteira assinada em 2011. O setor aumentou em 7,46% seu nível de emprego, chegando à marca de 3,04 milhões de trabalhadores formais.
Com mais este resultado, a construção dobrou o número de seus empregos diretos nos últimos 7 anos, segundo levantamento feito pelo SindusCon-SP com a FGV (Fundação Getulio Vargas).
O número de novos empregos criados em 2011 foi menor do que os 319 mil gerados pelo setor em 2010, mas semelhante aos de 2009 e 2008. Esta é uma boa sinalização. Significa que a construção brasileira retoma um ritmo de crescimento saudável, mas não exagerado como ocorreu em 2010, quando a execução de um grande número de obras havia se acumulado devido a adiamentos derivados da crise financeira de 2009.
Com essas obras entregues, é natural a volta ao ritmo de crescimento dos anos anteriores, robusto e acima da evolução do PIB (Produto Interno Bruto).
Nos próximos quatro anos, o setor poderá contratar mais oito milhões de trabalhadores
A perspectiva para 2012 é seguir gerando um expressivo volume de emprego, devido às novas obras para, entre outros: os programas de Aceleração do Crescimento (PAC) e Minha Casa, Minha Vida; os segmentos imobiliário, de infraestrutura e habitação popular; a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
A questão é como seguir enfrentando a escassez de mão de obra, sobretudo nas principais regiões metropolitanas do país, em que a taxa de desemprego na construção se reduziu a 2,2% em dezembro, a menor de toda a série histórica.
Isso coloca a necessidade de o governo federal acelerar a implementação do Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Criado há quatro meses pela presidenta Dilma Rousseff, ele visa expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica. Seus subprogramas, projetos e ações de assistência técnica e financeira têm como meta viabilizar o preenchimento de mais 8 milhões de postos de trabalho nos próximos quatro anos.
Em outra frente, é preciso aprovar aperfeiçoamento da legislação trabalhista para dar segurança jurídica à contratação de serviços especializados da construção, que se tornaram inerentes à atividade do setor. O canteiro de obras hoje se assemelha a uma linha de montagem, em que cada fase do empreendimento é executada por empresas especializadas. Longe de precarizar o trabalho, essa sistemática preserva os direitos trabalhistas, eleva a produtividade e abre caminho à industrialização do setor.
Em face da escassez de mão de obra, esta industrialização tornou-se cada vez mais necessária para atender sem sobressaltos a crescente demanda feita à construção. Portanto, é preciso facilitar a importação de tecnologia e desonerar a produção, para elevar os investimentos em processos construtivos inovadores e tecnologicamente avançados.
Com informações do SindusCon
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