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Paisagismo e Sustentabilidade


Em linhas gerais dizemos que um sistema é sustentável quando há um equilíbrio de energia no sistema, ou seja, não é preciso adicionar nada aquele sistema para que ele se mantenha. É uma proposta bastante diferente do que ocorre em nossos jardins hoje: todos os dias estamos adicionando alguma coisa, seja água, adubos, inseticidas, herbicidas, mão-de-obra e até mesmo plantas novas. Um jardim sustentável ideal seria aquele em que depois de atingir um grau de maturidade não necessitasse de qualquer tipo de manutenção.

Parece algo impossível, mas estes jardins existem e tomam força à medida que questões ambientais se tornam cada vez mais prementes. Nos jardins de Burle Marx, maior expressão do paisagismo brasileiro, já existia a preocupação com o uso de espécies nativas, adaptadas à condição de clima de cada região e também à valorização da paisagem natural existente.

Então o que nos impede que este jardim mais econômico e ecológico seja uma constante em nossas cidades? Em primeiro lugar talvez esteja a questão cultural. É notória a cópia de modelos estrangeiros na história do paisagismo. Acompanhando a arquitetura, os jardins do Brasil acompanharam o ritmo das influências culturais, prevalecendo ainda hoje o modelo americano.

Outra grande dificuldade é a falta de conhecimento da nossa flora nativa, já que poucas espécies de valor ornamental são produzidas comercialmente. O importante é refletir sobre as implicações destes jardins, tanto culturais como ecológicas